Por Marcelo Pasetti — Advogado especialista em planejamento patrimonial, direito tributário e constituição de holdings.   Introdução Quando falamos em preservação do patrimônio familiar ao longo das gerações, o primeiro passo não é jurídico, contábil ou societário — é estratégico e humano. Antes da constituição de uma holding, do planejamento tributário ou da elaboração de testamentos, há uma etapa essencial: o Protocolo Familiar. Este documento representa o compromisso moral e estratégico firmado entre os membros da família empresária, buscando harmonizar três pilares fundamentais: família, propriedade e gestão. Mais do que um simples acordo, o Protocolo Familiar é um verdadeiro manual de governança emocional e patrimonial, cujo objetivo é garantir longevidade, coesão e clareza entre os envolvidos. O que é o Protocolo Familiar? O Protocolo Familiar é um acordo privado e personalizado, que formaliza os valores, princípios e regras acordadas entre os familiares para guiar a relação entre eles, o patrimônio e os negócios da família. Com base no legado dos fundadores, trata-se de um documento vivo, que deve ser revisado periodicamente conforme o amadurecimento das relações familiares e das transformações no patrimônio. Por que o Protocolo é o ponto de partida? No planejamento patrimonial e sucessório, muitas famílias iniciam pelo fim — criando estruturas jurídicas sem que os conflitos latentes, expectativas distintas ou a falta de diálogo entre os herdeiros tenham sido resolvidos. O Protocolo permite que temas sensíveis sejam enfrentados de forma preventiva e estruturada, como: A sucessão na gestão das empresas; O ingresso de genros/noras no negócio; A política de distribuição de lucros; O uso de bens da empresa pela família; A escolha do regime de bens nos casamentos. Benefícios estratégicos Fortalece os princípios orientadores da família; Favorece o amadurecimento dos herdeiros e sucessores; Evita disputas futuras, com definição clara de papéis e responsabilidades; Promove reflexões sobre o futuro e a perenidade do patrimônio. Estrutura Típica do Protocolo Familiar Abaixo, apresentamos um organograma que ilustra a estrutura típica do Protocolo Familiar, com os principais dispositivos que devem ser tratados no documento: 📊 Organograma – Estrutura do Protocolo Familiar     Desafios na Elaboração Embora essencial, a elaboração do Protocolo Familiar envolve desafios, como: Diferença geracional e de envolvimento com os negócios; Resistência ao diálogo transparente; Dificuldades de comunicação entre os membros. Por isso, recomenda-se a atuação de uma equipe multidisciplinar: advogados, consultores familiares e especialistas em governança. Conclusão O Protocolo Familiar não substitui o planejamento jurídico — ele o antecede e o orienta. Quando bem estruturado, ele prepara o terreno para a criação de uma holding familiar, para a adoção de regras tributárias mais eficientes e, principalmente, para a proteção do afeto, do legado e da continuidade do patrimônio. No Pasetti Advocacia, assessoramos famílias em todas as fases da governança patrimonial. Acreditamos que a confiança começa no diálogo, e o diálogo começa com um Protocolo. Entre em contato e agende uma reunião confidencial.